terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Autonomia na educação

No plano intelectual é fácil justificar a opção por Piaget.Estamos sempre acreditando na construção,pelo sujeito,de sua própria aprendizagem;estamos dando ênfase à resposta elaborada pelo aluno(se possível criativa) e tentando abandonar os modelos preestabelecidos de respostas definidas na formulação operacional de objetivos.
Mas quando se trata no plano social,a opção não se apresenta de forma tão evidente.Convém lembrar que Piaget fixou-se nos "erros" cometidos e não nos acertos.Isto significa centrar a atenção no aluno,na gama dos seus interesses,na estrutura mental que ele apresenta em dado momento e não mais no professor,antes considerado o único capaz de definir o que devia ser feito.Esta maneira (observador-observado),que nos ajuda a ter uma outra visão pedagógica,é altamente eficiente pois elimina a verticalidade de uma relação,substituindo-a por uma igualdade,quando quem observa ou quem ensina não se posiciona acima de quem é observado ou de quem aprende.
O aprendizado acontece de ambas as partes,porque o professor pode avaliar seu método de trabalho caso não esteja alcançando seus objetivos e a criança pode perceber seus próprios erros ou acertos seguindo sua própria linha de raciocínio.


Atendimento educacional especializado

O acesso à educação de qualidade é a maior representação de cidadania.Através dela nos deparamos para vida social,cultural e nos instrumentalizamos para o trabalho,ao mesmo tempo essa oferta representa um dos maiores desafios para a política brasileira,sobretudo aquela ofertada aos alunos com necessidades especiais.
Antes a pedagogia da exclusão era uma característica das escolas brasileiras e até mesmo de outros países.Tendo como base que alunos com incapacidade intelectual,sensorial,emocional e física,o imaginário social leva a crer que os alunos com alguma dificuldade equivalem à incapacidade como um todo.
Aterrorizados por isso foi criado espaços de atendimento segregados,materializados na forma de asilos,orfanatos,hospitais e anos depois em escolas  especiais.com essa medida a sociedade "resolveu" o seu "problema" e retirou do seu convívio as pessoas que de alguma forma não contribuíam para um bom funcionamento da mesma.
A entidade que permaneceu desse período são as escolas especiais,as quais também aperfeiçoaram o seu atendimento,deixando de ser apenas um espaço de segregação e assistencialismo, para um espaço de promoção ao atendimento especializado,informação á sociedade acerca das necessidades dos alunos,acolhimento e orientação às famílias e às escolas regulares e de processo de inclusão de alunos,uma vez que a escola especial é integrante da regular e não a parte desta.
O documento "Educar na diversidade" coloca que,além do movimento mundial para desenvolver e aplicar espaços educacionais inclusivos,países do Mercosul também estão realizando projetos que garantam acesso e permanência de alunos no sistema de educação básica.
Sendo assim,os sistemas educacionais deverão adaptar-se às necessidades especiais de cada aluno,respeitando o seu ritmo de aprendizagem,assegurando a matrícula e permanência desse aluno com qualidade,não exigindo dele modificar-se para se incluir na escola,e sim o oposto.

As cegueiras do conhecimento-Edgar Morin

Quando consideramos o passado,inclusive o recente,sentimos que foi dominado por inúmeros erros e ilusões;guerras,capitalismo e inversão de valores são alguns dos problemas que atingem  muito a educação.Para reparar isso devemos  reaprender a nossa condição humana.
 Hoje em dia ninguém vê o outro como ser humano  e sim  classificamos o outro como: rico,pobre, mais inteligente,menos inteligente etc.
Quando conseguirmos entender a complexidade do ser humano, entenderemos que todos somos dotados de limitações, mas que com a ajuda da nossa racionalização podemos superar nossas dificuldades.
Para ficar mais fácil compreender essa complexidade  a escola precisa desfragmentar o conhecimento, ou seja trabalhar de uma maneira mais reflexiva,interdisciplinar onde possa unir tudo o que se aprendeu,para entender o todo.Assim capturaremos a real essência de cada indivíduo.




Modalidade de aprendizagem

Sabemos que para ocorrer uma situação de aprendizagem, deve-se estabelecer um vínculo entre o ensinante e o aprendente e destes com o conhecimento.O aprendente observa o que o ensinante olha e mostra,ou seja o conhecimento buscado pelo educando é mostrado pelo educador a partir de referenciais da realidade que o mesmo possui.
Quando o educador, dá-se a oportunidade de uma reflexão sobre seus próprios mecanismos de aprendizagem, levando-o a redescobrir a seus métodos de aprendizagem,possibilita-se que o caminho da transformação de ensino efetive-se com maior qualidade.Enfrentar suas fraquezas,suas inseguranças,seus medos e temores,levam o professor a enxergar-se enquanto pessoa,deixando cair máscaras que durante seu processo de formação teve que vestir para dar conta de um modelo social existente.
A aprendizagem requer uma educação reflexiva, em que o educador e o educando saibam olhar-se um ao outro.Nessa dimensão, a construção de valores e de conhecimentos faz-se presente crítica e reflexivamente,gerando uma ação pedagógica que possibilite a convivência harmônica e enriquecedora a partir da escuta de si mesmo e do outro.



Somos diferentes,não desiguais.

É tanta arrogância e tanta prepotência nesse mundo, que admiro quem não julgue o outro pela aparência.
É preciso falar de um tema tão triste como este, o preconceito, para que se haja compreensão do mesmo pois existem várias pessoas preconceituosas, alienadas e sem respeito.
Quando a humanidade compreender que o preconceito não leva a nada, e que quem saí perdendo são as pessoas de mente fechada, talvez as coisas mudem. Precisamos entender que o ódio mata e o amor sara.
Precisamos entender que o mundo é de todos e que o conservadorismo já está ultrapassado. Tirar conclusões sem saber o proceder de uma pessoa é errado, o certo seria procurar conhecê-la sem julgamentos.
Ensinar aos pequenos este assunto não é uma tarefa fácil porque muitas vezes eles já veem de casa, com uma bagagem carregada sobre o assunto.
Somos diferentes e não desiguais como diz no livro de Bia Lins, mas a escola precisa estimular essa reflexão sobre a democracia e diversidade porque é um ambiente de aprendizado de gênero   e deve ter um espaço escolar mais diversificado e aberto.