quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Inclusão

Ainda estamos em busca de um novo tempo, no qual nós possamos ter lucidez suficiente para refletir sobre as nossas absurdas formas de pensar a espécie à qual pertencemos.
Devemos ter um olhar atencioso para pessoas de inclusão, valorizarmos as diferenças porque a heterogeneidade existe, em sala de aula e fora dela.
Na escola onde trabalhei dois anos, fizemos um projeto chamado Diversidade que abrangia a inclusão também. O objetivo do projeto era incluir o sujeito dentro de suas especificidades e necessidades, compreendendo-o como um ser humano único, com construções pessoais e também singulares. Era enfatizado que se devia ter respeito pela individualidade de cada um e entender suas carências e potencialidades.
A sociedade contemporânea tem que se aperfeiçoar mais para receber, oportunizar respeitar a diversidade e era isso que o projeto da minha escola fazia trabalhando com esse projeto, que ajudava futuros cidadãos a compreenderam isso.
A escola que pretende ser inclusiva não pode ter campos demarcados, do tipo aqui estão os alunos “normais” e ali os “especiais” ou os “incluídos”, como se escuta com frequência. Deve ser uma instituição de ensino aberta a diversidade sem preconceitos e sem crocodilos, para com a comunidade fazer um trabalho de conscientização crescente sobre o assunto.
Desenvolvemos ao longo do tempo o preconceito de que a pessoa é incapaz de ter uma autonomia, de decidir as coisas por ela mesma. Subestimamos sua capacidade de pensar e raciocinar sobre algo, porque a mantemos como vítima ou “coitadinha”.
Um mecanismo defesa que muitos professores possuem, é dizer que não tem formação no assunto e que não estão capacitados para trabalhar com o aluno em questão, por medo do novo. Mas é de se pensar por exemplo na história do filme Ray (2004), onde o pianista perde a visão aos sete anos de idade e sua mãe sem muitas condições de dar um suporte necessário, o ensina muitas coisas das quais ele levaria para vida inteira.
Então logo vem um pensamento: Se uma mãe sem instrução nenhuma consegue tal façanha, porque um professor não conseguiria? Visto que hoje em dia temos muita informação e suporte. A diferença está que a mãe acreditava na capacidade do filho e dela mesma para ensinar, o que fosse necessário ele. Já nas escolas, o que observo é que professores duvidam da própria capacidade de lidar com o assunto.
Toda pessoa tem capacidade de aprender algo, a autonomia de todos está sempre em construção, só que cada um tem seu tempo para evoluir. Deve-se respeitar o tempo de todos e não inferiorizar, fazendo uma pessoa se sentir incapaz de realizar algo.



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