Ainda estamos em busca de
um novo tempo, no qual nós possamos ter lucidez suficiente para refletir sobre
as nossas absurdas formas de pensar a espécie à qual pertencemos.
Devemos ter um olhar
atencioso para pessoas de inclusão, valorizarmos as diferenças porque a
heterogeneidade existe, em sala de aula e fora dela.
Na escola onde trabalhei
dois anos, fizemos um projeto chamado Diversidade que abrangia a inclusão
também. O objetivo do projeto era incluir o sujeito dentro de suas
especificidades e necessidades, compreendendo-o como um ser humano único, com
construções pessoais e também singulares. Era enfatizado que se devia ter
respeito pela individualidade de cada um e entender suas carências e
potencialidades.
A sociedade contemporânea
tem que se aperfeiçoar mais para receber, oportunizar respeitar a diversidade e
era isso que o projeto da minha escola fazia trabalhando com esse projeto, que
ajudava futuros cidadãos a compreenderam isso.
A escola que pretende ser
inclusiva não pode ter campos demarcados, do tipo aqui estão os alunos
“normais” e ali os “especiais” ou os “incluídos”, como se escuta com
frequência. Deve ser uma instituição de ensino aberta a
diversidade sem preconceitos e sem crocodilos, para com a comunidade fazer um
trabalho de conscientização crescente sobre o assunto.
Desenvolvemos ao
longo do tempo o preconceito de que a pessoa é incapaz de ter uma autonomia, de
decidir as coisas por ela mesma. Subestimamos sua capacidade de pensar e
raciocinar sobre algo, porque a mantemos como vítima ou “coitadinha”.
Um mecanismo defesa
que muitos professores possuem, é dizer que não tem formação no assunto e que
não estão capacitados para trabalhar com o aluno em questão, por medo do novo.
Mas é de se pensar por exemplo na história do filme Ray (2004), onde o pianista
perde a visão aos sete anos de idade e sua mãe sem muitas condições de dar um
suporte necessário, o ensina muitas coisas das quais ele levaria para vida
inteira.
Então logo vem um pensamento:
Se uma mãe sem instrução nenhuma consegue tal façanha, porque um professor não
conseguiria? Visto que hoje em dia temos muita informação e suporte. A
diferença está que a mãe acreditava na capacidade do filho e dela mesma para
ensinar, o que fosse necessário ele. Já nas escolas, o que observo é que
professores duvidam da própria capacidade de lidar com o assunto.
Toda pessoa tem
capacidade de aprender algo, a autonomia de todos está sempre em construção, só
que cada um tem seu tempo para evoluir. Deve-se respeitar o tempo de todos e
não inferiorizar, fazendo uma pessoa se sentir incapaz de realizar algo.
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